sábado, 5 de junho de 2010

Achei piada...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Estados Nações

O tempo que tinha para me afirmar em relação ao Estado-Nação não foi o suficiente para demonstrar toda a concepção que tenho sobre a crise do mesmo. Apesar de ter conseguido levantar alguns pontos que considerei importantes referir, aqui tenho tempo e espaços ilimitados.
Não, não pretendo assassinar possíveis e certos leitores deste sítio com uma palestra aborrecida de morte, mas há algumas coisas que ainda podem ser ditas.

Sim, o Estado-Nação está em crise. Numa crise tremenda que nos faz pensar se existirá alguma vez uma nova altura em que será possível um controlo de todas as questões por um só Estado.
No texto original falei na globalização, no ambiente e no terrorismo, mencionados no documento do grupo de perguntas em questão. É uma questão que (por acaso também foi referido no teste e que estava igualmente nas notas do professor no meu teste) que não consegui mencionar foi a existência de organizações que respondem a esta crise e que, talvez, para além da mera consequência, possam também ser uma solução.

Pensemos na União Europeia.
A União Europeia é um Estado por si só, e não apenas um Estado-Nação; é um Estado transnacional, internacional, mas mesmo assim um Estado, pois aglomera em conjunto comunidades por uma política, economia e sociedade comuns.
Começam então a aparecer respostas a esta crise. É-nos tão fácil viajar e inserir-mo-nos numa outra sociedade que levamos os nossos problemas para novos locais, tornando seus os nossos problemas, e por isso aparecem estas respostas.
Todas as novas organizações demonstram como o Estado-Nação está em crise: porque demonstram uma necessidade de ter políticas comuns a várias Nações!

A própria concepção de Mundo está a mudar. Hoje vivemos numa Aldeia Global, não apenas num planeta. Logo a denominação de aldeia mostra como próximos e juntos nós estamos! Não seria de esperar que também os nossos problemas se tornassem globais?

Nós criámos esta crise, e estamos, aos poucos, a tentar atenuá-la. Mas não deixa de ser uma crise, por muito que a neguem (esta gente tem cá uma mania de negar as crises evidentes...).

terça-feira, 1 de junho de 2010

Poucas consciencializaçãoes

E a Europa parece que não se vai livrar da consciência pesada durante muito e muito tempo. Eu com certeza que ficaria para sempre marcada se soubesse que teria sido responsável por tantas mortes e conflitos, directa ou indirectamente.
Estão um pouco por toda a parte: África, Ásia, na própria Europa...

A questão entre Israel e a Palestina há muito que se prolonga.
O conflito ultrapassou as questões religiosas e alcança hoje proporções meramente territoriais e políticas. É o jogo do gato e do rato, ver quem chega primeiro para vir o outro e querer ir para lá também, um atrás do outro.
A origem deste conflito é deveras curiosa: não é que depois da 2ª Guerra Mundial decidem pôr ali os judeus, num território que por acaso era de outros, e chamam-lhe Israel? Os palestinianos que agora se amanhem, mas claro que não ficaram muito contentes, e por isso começaram as invasões e afins.
O que se faz quando se começa uma guerra? A ONU envia cartas a dizer que não aprova e a exigir o final do conflito e a manutenção da paz. Isto sim é acreditar que todos os conflitos devem ser resolvidos pela diplomacia, é louvável...
Este era sem dúvida um tópico sobre o qual podíamos falar e falar e falar, mostrando as grandes divergências étnicas que se fazem sentir (tal como em África) e que não foram logo de início resolvidas, não fosse existir um caso tão semelhante na própria Europa.

Confesso que sempre ouvi o nome Kosovo, Balcãs e guerra sem nunca ter total consciência do âmago da questão que era colocada. Apenas recentemente fez-se luz.

Há um Israel vs Palestina mesmo aqui perto de nós!
E passa tudo pelo mesmo: má organização tal que foi criada uma tensão étnica que levou a um conflito com proporções gigantescas!
Depois do Tratado de Versalhes e, mais tarde, da conferência de Ialta, estava tudo tão misturado que parecia que tinham metido tudo dentro de uma batedeira, misturaram-me muito bem e foram espalhando a mistura pelos vários territórios. O resultado está à vista: milhares e milhares de mortos, depois de ser pedido auxílio dos grandes países civilizados e apenas um ter respondido afirmativamente! Provavelmente estariam a dormir novamente...
Mesmo sabendo a crueldade do ser humano, parece que ninguém teve a menor preocupação em apaziguá-la e controlá-la. Por isso temos imagens como as de Eric Draper
e da bela Dubrovnik destruída.

As divergências, sejam elas quais forem, vão sempre, mas sempre, existir. Por muitas conversações e pactos que sejam feitos, as divergências vão existir. Mas há divergências e divergências! Quando não existe qualquer inserção ou ligação no meio que nos rodeia, alguma coisa tem de ser feita e planeada antes de qualquer tomada de decisão.
Infelizmente continuarão a existir grupos de pessoas extremistas e racistas, mas quando nada fazemos para lhes fazer frente, que queremos que aconteça? Que sejam felizes para sempre entre balas, bombas e corpos no chão?

O Ocidente deve ter o seu lema mesmo bem entranhado em si: poderíamos viver sem estar sempre a cometer os mesmos erros? Podíamos, mas não era a mesma coisa.

terça-feira, 25 de maio de 2010

África é uma Nação

A consciência pesada não é uma questão meramente portuguesa, nem a responsabilização pela infelicidade alheia. É pena, mas parece que se tornou um dos fenómenos da globalização - ou, pelo menos, está concentrado neste ocidente impávido e sereno.
Depois de um Timor e de uma Macau que marcaram a consciência portuguesa, toda uma África permanece na consciência ocidental.

Por todos os lados existe uma pena colectiva por aquele continente tão pobrezinho e coitadinho que foge das convenções dos continentes desenvolvidos ou em vias de o ser.
"Tadinhos" dos africanos que morrem todos os dias por não terem comida, ou por não terem médicos, ou porque não têm como parar a SIDA, a tuberculose ou outra qualquer doença que parece ser única e exclusivamente africana.
Custa, é verdade que custa, saber que enquanto me dou a tamanhos luxos, outros nem sobreviver conseguem, mas custa ainda mais ficar aqui, parada, quieta e impotente, ou a pensar que o sou.
Mas porque terei de ajudar? Por que é que me encontro num país com um desenvolvimento que não encontro nos países de África (infelizmente quase num todo), com todos os problemas que possa ter?

Dizem que a grande culpa é do Ocidente, que sempre se moveu pelo oportunismo e nunca se preocupou em ajudar o próximo sem receber nada em troca (e ainda se apregoam católicos).
O mais triste é que é verdade: foi realmente o Ocidente, talvez mais e Europa, com a sua vontade de crescer a qualquer custo, que tornou África neste espaço de miséria, guerra e morte. Para mais, foi aquela vontade de controlar tudo e ser superior que nos faz hoje olhar para África e ver um só país com as mesmas características, sem hipótese de um dia sair do estereótipo de coitadinho.
Não é preciso ir muito longe para comprovar como olhamos para aquele espaço do mundo: basta ler este mesmo texto, no qual afirmo que me custa saber daquela realidade.

Os africanos, negros ou muçulmanos, são um só e nós é que os unimos como tal.


Há uns tempos vimos parte deste video (link abaixo) na aula de Inglês. Apesar de ir muito além do puro estereótipo do indivíduo africano, toca lá, de uma maneira muito próxima.

Desmoronamento do Império Português

O Império Português teve os seus dias de glória séculos atrás, com resquícios que foram permanecendo ao longo desses séculos.
Foram-se perdendo territórios, foi-se perdendo influência e o Império foi ficando para trás. Até que ficámos com dois pequenos territórios, um deles que foi permanecendo um pequeno ponto português no mundo: Timor Leste e Macau.

Os portugueses em 1999 tinham com certeza a consciência pesada. No meio da infelicidade de Timor, Macau teve sorte como erro português.
As aspirações independentistas timorenses eram esperadas, justificadas e totalmente aceitáveis; cada um em o direito à sua independência, a pertencer a um povo livre e esse é um direito internacionalmente reconhecido. Ou devia realmente ser.

Portugal respeitou-o. Tanto respeitou que voltou de malas e bagagens para este recanto da Europa mal lhe pediram.
Alguns não o respeitam. A Indonésia não o respeita. Tanto não respeita que logo invadiu Timor quando começaram a aparecer aspirações socialistas naquele território.
E tudo começou. Começou uma batalha que teve consequências pouco amigáveis para ambas as partes. E enquanto começava, uns morriam e outros ficavam a ver, interpelando a senhores cujo único objectivo seria ter mais um pedacinho de terra e de influência política, e Portugal martirizava-se por ter deixado Timor em tal estado. E agora só temos de viver com imagens como esta:


Ficou um tal consciência pesada que quando falaram na independência de Macau, fizeram de imediato um acordo para uma adaptação gradual ao sistema chinês. E é de notar que esta adaptação será feita, obrigatoriamente, num espaço mínimo de 50 anos.
Será difícil quebrar toda uma cultura...
Macau ficou a ganhar com o erro de 1975. Não fosse isso, as malas e as bagagens teriam sido levadas em 1999 como foram 24 anos antes.

Mas Portugal, por entre todas as infelizes acções passadas levadas a cabo por um país em mudança mal planeada, tentou emendar esses erros.
Infelizmente, esta sua emenda não teve grandes efeitos em Timor. Esses continuam num vai e vem de acontecimentos...

Uma coisa é certa: quando chega um benfiquista, chega um timorense desde pequenino! Afinal sempre deixámos alguma coisa...
Também, no meio de tanta infelicidade, alguma coisa tem de alegrar a gente, seja portuguesa, seja timorense.

sábado, 15 de maio de 2010

O monstro asiático

Fiz uma pequena pesquisa dos aparelhos electrónicos cá de casa e os quais utilizo. Assim, tentava eu averiguar se havia algum tipo de padrão simbólico.
Vejamos os meus resultados:
Televisão Samsung. Local de origem: Coreia do Sul.

iPod Nano. O ex libris americano, com design americano e fabrico... chinês.

Computador Fujitsu. Local de origem: Japão

Estes são os que mais utilizo. Juntamente com estes, também a bateria do meu telemóvel foi fabricada na China, o computador do meu irmão é igualmente de marca japonesa, tal como o ar condicionado que decidiram comprar. Resumindo: a maior parte dos aparelhos electrónicos que tenho em casa são fabricados (se não mesmo de marca) na Ásia Oriental.
Está assim demonstrada uma tendência que se tem vindo a comprovar: de que o continente asiático é hoje uma grande potência tecnológica.
Mais do que meramente tecnológica, mas também económica, começando a fazer frente aos americanos.

Pensem um pouco... Qual é hoje o destino turístico mais cobiçado, o mais caro e objectivo de todos aqueles que querem umas férias paradisíacas? O Dubai! Esta pequena cidade é já umas das maravilhas do mundo tecnológico.

Tudo começou no Japão, que, com o apoio dos EUA (claro está) se tornou numa potência capitalista e desenvolveu a sua indústria e economia. O sucesso foi tal que vieram logo outros tantos países que almejavam um sucesso como o japonês, e nunca mais pararam. À custa dos sacrifícios de um povo habituado a trabalhar muito e a receber pouco, a tecnologia de ponta passou a ser fabricada neste continente segundo um mote comum: o melhor produtos ao menor preço. Na verdade, os seus produtos são realmente os melhores e a mão-de-obra é de tal modo barata (mesmo que tornassem a população qualificada através da educação, os salários continuavam mínimos) que passaram a inundar o mercado mundial.
Hoje, as etiquetas de todo o tipo de produtos têm algo escrito, do género "Made in Singapore", "Main in China", "Made in (inserir país asiático aqui)".
Até este brinquedo (ao lado), de um conhecido filme da Disney, descobriu, com tristeza (pois pensava que era um ranger do espaço a sério!) que tinha escrito no seu braço "Made in Taiwan".


E se na China tudo começou um pouco mais tarde, talvez tenha sido o caso de maior sucesso.
Com uma abertura gradual ao capitalismo, consegue hoje ser uma das maiores potências a nível comercial no mundo!

Os produtos chineses estão por todo o lado!
Eu tenho na minha zona cerca de 3 lojas de produtos chineses (este é o meu eufemismo para a muito mais conhecida expressão "Loja dos chineses") num raio de 10 metros de distância cada uma!

A China peca apenas por uma coisa: não dá condições de vida à sua população. Por muito que gabem o desenvolvimento testemunhado, quando mantêm uma população que não tem sequer satisfeitas as necessidades básicas de sobrevivência, de que serve o desenvolvimento? É um pouco como dizer que Portugal era um país rico na época de Salazar porque tinha os cofres cheios.
O investimento chinês é louvável, todas as medidas realizadas para este desenvolvimento são notáveis, mas quando temos empresas e empresas a mudarem-se para a China para produzirem os mesmos produtos a um menor preço e vendendo, se for preciso, a um custo mais elevado do que aquele que praticavam anteriormente para obter lucro, apenas porque a mão-de-obra é altamente produtiva e barata, há qualquer coisa que está mal! Bolas, trabalhar 11 horas por dia por uns meros 0,60 euros por hora...


É por estas e por outras que tenho a casa repleta de produtos asiáticos. E só vi os tecnológicos! Se for a ver a roupa, talvez me assuste um pouco mais...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Princípios e fins



A União Europeia...

No passado dia 12 de Maio, consegui infiltrar-me na palestra que estava a ter lugar no Bloco C nas comemorações do Dia da Europa, com a presença da deputada Manuela Ferreira Leite e outro senhor do PSD, cujo nome não me estou agora a recordar.
Na verdade, só pude assistir a poucos minutos do discurso na senhora, mas o que disse causou uma impressão: seria inimaginável não nos levantarmos ao ouvir a Portuguesa e, no entanto, mantive-mo-nos impávidos e serenos ao ouvir o hino da União Europeia (tocado por uns colegas momentos antes). Somos ou não somos cidadãos europeus?

Se me permitem, penso que somos cidadãos europeus quando nos convém. Por exemplo, ir votar para o Parlamento Europeu deve ser uma grande seca, mas este ano, que vou andar de mochila às costas por esta bela Europa, calhava-me mesmo bem usufruir daquela medida que querem agora implementar - pagar 30% da viagem aos jovens e idosos que pretendem viajar pela UE fora.
A sério, até duvido que o dinheiro enviado pelo Banco Europeu seja realmente aplicado em política.

Penso que já por aqui disse que a ideia base desta União é deveras bonita: bora juntar-mo-nos todos e ajudar-mo-os uns aos outros e sermos como um só? Tem o seu quê de bonito e idílico, uma utopia capitalista que, como todas as utopias, não foi bem conseguida... até certo ponto.

Vá lá, vamos ser sinceros... Sabe ou não sabe bem saber que não precisamos de estar constantemente a trocar de moeda se quisermos viajar? Este Verão, o Euro vai dar-me mesmo jeito! E não ter que ir renovar o meu passaporte? Óptimos, menos 60 euros que gasto!
Os preços subiram? Sim, mas ao menos a nossa economia não está tão má hoje como podia ter estado antes da chegada da moeda única. Esperem... Má escolha de palavras.
O que quis dizer é que o euro foi, de certo modo, benéfico para Portugal, por muitas anúncios que venham dizer que já não é preciso ter saudades do escudo porque há um sítio que é tão barato como no tempo dos contos! A economia portuguesa teria entrado em colapso muito antes desta crise...

Claro que a UE não devia ser unicamente uma união económica mas também social, mas que poderemos nós fazer? Desde sempre que faz parte da natureza humana conseguir apanhar o mais possível; o homo sapiens era por aquele que caçava mais, depois era o que tinha mais gado, depois aquele com mais terras e finalmente o que tivesse mais dinheiro!

Será que chegará o fim? Honestamente falando, gostava que não. Tenho esperança que chegue alguém ao poder do nosso pequeno país e consiga fazer de todas as facilitações europeias algo que nos faça verdadeiramente crescer, aproveitando o que os que até agora cá estiveram não souberam aproveitar.
A Grécia pode ter sido o início do fim, mas Deus!... Com certeza que terá sido má gestão dos recursos, como muito possivelmente acontece cá! Confesso que não estou dentro dos pormenores que despoletaram estar crise; para mim, a Grécia nunca passou de um país com paisagens lindíssimas e com uma cultura fascinante que levam aficcionados como eu a rejubilar estando perto de, como disse o meu pai antes de quase levar com uma na cabeça, um monte de pedras quase destruídas.
E o grande problema é que parece que estamos perante uma situação idêntica por terras lusas e ninguém o quer admitir. O que até compreendo; se já temos pouco investimento estrangeiro, se declararem falência menos teremos.

É para estas alturas que dá jeito pertencer a tal união; temos realmente quem esteja disposto a ajudar-nos. Estão tão dispostos que, mesmo com uma dívida externa de 420 mil milhões de euros, estão disposto a ajudar com 750 milhões de euros! Uau, quem me dera ter amigos assim!

Se o fim da União Europeia estiver realmente perto, tenho pena. Os benefícios nas viagens são mesmo bons...


E para apelar ao espírito europeu de cada um, aqui deixo o Hino À Alegria:

Polícias do Mundo?

Os Estados Unidos da América como polícias do mundo? Ora, que exagero! Digamos apenas que são... não,não encontro um eufemismo para controladores do planeta.
Seria preciso um grande eufemismo, se não vejamos: desde a Primeira Guerra Mundial que os EUA são isso mesmo - os verdadeiros controladores do mundo, se bem que houve alturas em que dividiu o epíteto.

Não será difícil comprová-lo:
  • no início do século e com a Europa em guerra, a indústria cresceu abruptamente, os mercados cresceram e a economia floresceu, fazendo dos norte-americanos os senhores do mundo. Tanto que, quando a grande crise os ataca, ataca todos.
  • com a supremacia económica assegurada, vem a Segunda Grande Guerra e o panorama muda ligeiramente, mas agora veio um outro controlo: politico-militar - vem a ONU, vem a NATO, vieram todos os acordos políticos que estabeleceram relações entre os EUA e tantos outros países, que acediam aos "cordiais pedidos" dos senhores americanos. Não chegaram os Açores a funcionar como base militar americana aquando da Guerra Fria? E não é a NATO nada mais, nada menos, do que uma desculpa para ter aliados nas suas guerras?
Quando a URSS passa a ser apenas a Rússia, o gigante vermelho cai, ficam apenas as estrelas e as riscas para coordenar este mundo. Olha que inconveniente!

Hoje, os EUA, digam o que disserem, continuam a ter a maior economia à escala mundial, continuam na vanguarda - mesmo que comecem a ser ultrapassados pelos países do Oriente - e continuam a mandar em nós.
Bolas, grande parte da música que oiço é americana! Os filmes que considero geniais são americanos! A roupa que visto, a comida que como, o café que bebo, é americano! E o mais engraçado é que está tão impregnado em mim que não o consigo evitar! Até o símbolo do Sport Lisboa e Benfica me faz lembrar a America!



Digam-me, por que é que têm de ir Britânicos e Portugueses lutar numa guerra que não é sua? Por que é que nos importamos mais com as eleições americanas do que com as nossas? Por que é que vibrámos com a eleição do Obama e não fazemos nada para tirar o Socrates de onde está? Por que é que até o Benfica tem um símbolo tão semelhante a um americano, que apareceu cento e tal anos antes?

Ahhh Benfica, até tu te deixas cair nas teias do grande monstro americano...

domingo, 9 de maio de 2010

Fim do sonho utópico

Voltamos às politiquísses. Assim tem de ser que, se o século XX teve muito de cultura, teve-o ainda mais de política, de economia, de todas aquelas coisas que nós - jovens - hoje tanto nos interessamos.
Acontece que o que aconteceu por esse mundo fora influenciou, directa ou indirectamente, este nosso pequeno país, nem que seja pelo simples facto de que acabaríamos por viver num mundo que não tinha medo da iminência de um conflito armados cujas proporções com certeza seriam superiores aos conflitos já testemunhados.

Tudo parece começar antes, mas é em 1985, quando um senhor chamado Mikhail Gorbatchev sobe à gestão da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que começa a cheirar a mudança.



Depois de anos de deterioramento de toda uma economia e condições de vida, o sistema ameaçava putrefacção e é por isso que quando Gorbatchev chega, apaziguando o autoritarismo da era Estalinista e chegando mesmo a aproximar-se do Ocidente para acabar com a corrida desenfreada ao armamento.
Vem a perestroika, vem uma abertura económica, vêem algumas privatizações, vem uma planificação de uma abertura deficiente que ditou o já mais do que aguardado por tantos fim da União.
Ninguém diz que a ideia de Gorbatchev de tentar desenvolver a indústria russa através da concorrência e da autonomia empresarial tenha sido má; na verdade, devia ser a única coisa que podia salvá-la. No entanto, esqueceram-se de um ponto importante: essa mesma indústria estava dependente de subsídios que deixaram de existir - o grande mal da existência de algo a que gosto chamar o "efeito função pública": não vale a pena estarmos para aqui a trabalhar se acabamos por receber o mesmo ao fim do mês.
Ora, se juntarmos isto a uma contestação reforçada, temos isto:

- contestação nos países de Leste, com a vanguarda polaca que viu em 1989 a vitória de um partido eleito pelo povo;
- a queda do muro de Berlim e todas as suas consequências:
  1. reunificação da Alemanha;
  2. Fim do Pacto de Varsóvia;
  3. fim do COMECON
Praticamente estava anunciado o também fim da URSS.


Sinceramente, e pondo de lado qualquer ideologia política pessoal que possa existir, acredito na opinião de Gorbatchev: o que falhou não foi o Socialismo, mas sim o modelo adoptado. O grande problema é que, mesmo ao tentar corrigir, continuou a não adoptar o modelo certo; ou, pelo menos, não soube como adoptá-lo propriamente.
O que é uma pena. O senhor tinha muito para estar certo e para conseguir melhorar o que havia para melhorar. Como todos os outros, há sempre algo que falha...

Tenho pena... O sonho do marxismo-leninismo é um belo sonho...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Arte popular

Deixando de lado as politiquísses e os devaneios de uma juventude em revolta, hoje dedico-me à Arte. Com letra maiúscula, que engloba toda uma vertente cultural, pois cheguei à conclusão que este sítio tem-se baseado nisso: em política, economia e críticas à política e à economia, mesmo quando coloco aqui alguns filmes. Então retrocedo um pouco no tempo...

Ora, acontece que o século XX está repleto de correntes culturais e artísticas que estão comigo em grande parte dos dias, principalmente dos anos 40 para cima.

Na segunda metade do século XX, nasceram para o mundo lendas como Elvis Presley, Marlon Brando, James Dean, John Lennon, Audrey Hepburn e toda uma miríade de artistas que ainda hoje fazem a delícia de tantos.
Eu confesso que se há coisa de que goste é de ligar o meus leitor de mp3 e ouvir isto:

(o movimento que lhe valeu o epiteto de Elvis, The Pelvis, a revolução no Rock 'n' Roll como estilo de música dominante)

ou isto:


Na verdade, os Beatles revolucionaram muito mais do que Elvis, levaram a música a um patamar totalmente novo e, juntamente com o Rei do Rock foram o resultado de toda uma nova mentalidade que queria libertar-se das convenções tradicionais e queria mostrar como começava a Viver.

Juntamente com músicos revolucionários, nasce um cinema que leva toda uma população a apreciar a (agora) 7ª arte, que cria movimentos e ídolos. Filmes como estes





































moldaram os jovens que, já por si, eram rebeldes e agora tinham modelos a seguir, criaram a moda dos jovens que se rebeliam e libertam a frustração.



E ninguém se pode esquecer disto:


Quem fala neste, fala em qualquer filme de Hitchcock, que fez do cinema mais do que histórias de amor ou de jovens que andam de carro com calças de cabedal.

Houve uma revolução também no cinema, com novas perspectivas e sempre tendo em atenção que toda a população parecia mudada.

E agora, a razão para ter neste sítio uma imagem de Roy Lichtenstein e Andy Warhol: tornei-me uma apreciadora do trabalho destes dois senhores. Aliás, apreciadora da Por Art em geral.
Porque vejo a Pop Art como uma crítica a toda a uma sociedade que se vê em mudança.
No caso de Warhol, a utilização de objectos tão triviais como uma lata de sopa e torna-la um objecto artísticos vai além do Dadaísmo e da intenção de criticar a convenção artística; é tornar algo tão comum e totalmente sem valor, algo comercializado em massa, num objecto único, como não há igual. Não se trata apenas de pegar numa garrafa de Coca-Cola e coloca-la ali, mas torna-la única, porque nunca mais será.
No que toca a Lichtenstein, apenas sou atraída por aqueles pedaços de histórias que posso imaginar como quero.


Quem me diz a mim que esta rapariga, que prefere afogar-se a pedir ajuda ao Brad, não se sentiu desamparada pelo único membro da sua família que decidiu abandona-la quando mais precisava?
Demasiado dramático? Talvez, mas nunca saberemos se é assim ou não.


São pequenos pedaços de artes que minaram os primeiros tempos da segunda metade do século.
Cedo deram lugar a outros que rapidamente se perderam no tempo também, mas a isso lá chegaremos...

domingo, 18 de abril de 2010

36 anos de lamúrias e quietude

Tenho um certo orgulho na História de Portugal, em vários aspectos. Na sua maioria, apenas porque parecem demonstrar a força de um povo que, mesmo oprimido, marcha contra os canhões por aquilo em que acredita. Confesso que tenho um carinho especial pelo 25 de Abril.
Quando falo em orgulho, não me interpretem mal: falo nesta admiração por aqueles que lutaram pelo mundo no qual vivo hoje. Aliás, nem tanto por este mundo, mas por um melhor que acabou por se virar e ficar na... coisa que está hoje.

Na verdade, o 25 de Abril foi exactamente um momento da história deste país repleto de ideais, boas intenções e caos. Acabou por ser um pouco a nossa própria Revolução Cubana, sem a guerrilha e os ideais socialistas tão afincadamente defendidos e postos em prática.



Marcello Caetano tinha acabado de tentar democratizar o país, à sua maneira; continuou a ser uma ditadura, escondida sobre as belas flores que íam florescendo na Primavera Marcelista... ou que Caetano queria que florescessem. No entanto, ninguém lhe pode negar o esforço de ter tentado.
O que escapou a Marcello Caetano, e aquilo que penso que não estaria à espera, é que uma nova mentalidade vinha crescendo. Já ninguém queria aguentar a guerra, as saudades dos familiares em África ou fugidos por uma Europa fora, uma escolaridade que tentava mostrar um Portugal que não existia. Os estudantes revoltavam-se por essa nova mentalidade e queriam mudança.



Toda esta mentalidade e revolta acabou por ir de encontro à revolta dos próprios militares que viram a guerra a facilitar demasiado aqueles que não eram militares, em seu deterioramento. A guerra não acabava e, com ela, continuava o sistema que a tinha começado e prolongado.
O resto é história: ouviu-se Paulo de Carvalho, ouviu-se Zeca Afonso, todos foram para a rua e no Largo do Carmo as tropas de Salgueiro Maia deram por finalizado o Estado Novo.

Penso que toda a revolta começou a crescer ainda antes do início da guerra, com a morte de Humberto Delgado: a sua única fonte de esperança, sem medo de dizer o que lhe ía na alma, acabou no mesmo destino que todos os outros que por instantes decidiram fazer frente a todo um movimento.
E teve culminar exactamente naquele dia de Abril, em que cravos vermelhos passearam por Lisboa em sinal daquela Liberdade desejada, e esta Liberdade vai além da mera Liberdade de expressão; é toda uma Liberdade de pensamento, de comportamento, de vida.

Seja que revolução for, das mais revolucionárias (passo a redundância) às menos sentidas globalmente, não costumo dar atenção ao porquê do seu início, às verdadeiras razões daqueles que as despoletaram e não aquelas que são publicamente expressas. Neste caso passasse o mesmo: os militares até podiam estar unica e exclusivamente preocupados com as suas carreiras e vidas, mas acabaram por mudar a situação de todo uma país, o qual agradeço do fundo do meu coração.
Do que tenho pena, e uma pena profunda, é de não ter existido uma maior gestão e organização depois de todo o movimento de Abril.
Foi o total caos! Tudo o que ficou por dizer durante cerca de 50 anos foi dito, foi feito, foi mostrado! Nem o Governo Provisório se aguentou muito tempo, tal era o caos, e o próprio MFA teve de tomar as redeas por uns tempos. O problema é que ninguém sabia para onde se virar, tantas eram as opções.

Foi altura de reviravolta. Tenho pena que o rumo tomado tenha chegado e este impasse, a esta política imunda e não dá esperança a ninguém. Aliás, a gestão é tão má que mesmo em recessão nos damos ao luxo de dar milhões a um país em falência!

Um dos maiores lugares-comuns portugueses que se ouve é que o 25 de Abril ainda não acabou.
Honestamente, acabou. Acabou ali, à meia-noite, quando começou o dia 26. O 25 de Abril foi efémero, foi a Revolução, foram os cravos nas espingardas e o povo na rua.
Porque o 25 de Abril é sinónimo de mudança, de luta por ideais, de uma vontade expressa em mudar a realidade presente. Onde encontramos isso agora? Quando supostamente nada nos impede, ao contrário do que acontecia no Estado Novo, não nos levantamos e dizemos que queremos demitir quem não nos deixa viver dignamente! Temos a liberdade necessária e estamos tão acostumados a ela que mesmo criticando não lutamos por nenhuns ideais, não nos juntamos para mudar uma realidade conjunta!
Há 36 foram os militares que deram o primeiro passo, e hoje ninguém o dá; escondem-se atrás de greves que não têm resultado e ameaças que não são levadas a cabo.
Ninguém vê que o 25 de Abril acabou? Temos a liberdade à nossa frente e nada fazemos com ela.

O 25 de Abril está morto e enterrado nos livros de História e corações que o viveram, relembrado apenas uma vez por ano.
Não pode estar vivo...



Mesmo continuando a apregoar as palavras, já nem se unem por aquilo que realmente interessa.



O momento fatídico.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Portugal dos... fascistasitos

Em tempo de férias dá-me para isto, porque gosto de fazer deste sítio um prazer, e não uma imposição. Como tal, qualquer altura considero propícia.

Para ajudar a calcar uma realidade que já tenho por aqui discutido, menciono hoje uma obra do tempo do Estado Novo que ainda não me tinha apercebido de quão relacionada está com todo este período: o Portugal dos Pequenitos.

Admito que sempre tive um apreço por este espaço. Quando lá fui pela primeira vez não falei de outra coisa durante semanas e recordo com uma certa nostalgia o poder passear por aquelas casinhas, entrando e saindo, espreitando pelas janelas e subindo pelas colinas. Não que tenha crescido muito, mas hoje já me é um pouco difícil passear por essas mesmas casas sem me curvar toda!
Foi com essa mesma nostalgia que me encaminhei com a família para Coimbra, nesta minha expectativa de reencontrar este lugar, e de ver nos olhos do meu sobrinho o porquê de gostar tanto daquilo. E, claro está, a oportunidade de me sentir maior do que aquilo que realmente sou.
No entanto, os olhos com que eu vi tudo aquilo são deveras diferentes, e consegui ver mais do que a bela brincadeira com que as crianças que por ali brincavam nos brindaram.

A exaltação do Mundo Português! Hoje, com toda a informação que tenho, vejo por todas as placas, por todas as casas do primeiro espaço, esta exaltação por um mundo descoberto por portugueses e para portugueses, o maravilhoso contributo que demos a todo o mundo civilizado por termos feito tal descoberta. Parecemos autênticos heróis, bravos marinheiros, magnífico povo! Tudo naquele espaço remete para este grandioso império, um Portugal vasto e totalmente unificado!
Ora, que bela demonstração que somos um só povo, único e meramente distanciado pelo oceano.

Entramos então para um outro espaço, O espaço. Primeiramente, pensava apenas num conjunto de casas pequenas onde podíamos brincar, e agora começava a reparar nas várias tabuletas que apareciam nas pequenas portas, e que me informavam que eram pedaços do Mosteiro da Batalha, ou que estava perante uma típica casa do Minho ou de Évora.


Tudo naquele lugar quer dar uma outra imagem de Portugal; quer mostrar Portugal como um país Grande, de Valor, repleto de maravilhas e de coisas que o tornam tão único entre todos os outros países. Tudo ali tenta mostrar as maravilhas deste pequeno lugar, numa pequena escala.
Há até uma estátua de Afonso Henriques com todas as datas das conquistas das várias cidades, com um apelo às crianças para notarem na sua grandiosidade.

Em nada disto tinha eu reparado na minha primeira visita, e julgo que nenhuma criança repara nisto quando lá vai pela primeira, segunda ou mesmo terceira vez. Apesar de ser chamado de Portugal dos Pequenitos, e mensagem parece ser mais para os pais do que para os filhos. Esses querem é brincar - pelo menos assim é hoje. Na altura, não sei como era.

Ao sair, passando novamente por todos os monumentos às descobertas portuguesas, pergunto ao meu pai:
- Isto foi construído no Estado Novo, não foi?
- Talvez... Já deve ter uns quarenta anos.
- Sim, isto parece obra do senhor António...

Quando chego a casa, tal é o meu espanto quando procuro na Internet e vejo que este querido lugar abriu portas em 8 de Junho de 1940. Curiosamente, no mesmo ano que teve lugar a Exposição do Mundo Português...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Comunidades europeias

Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa estava totalmente destruída das mais variadas formas: económica, social e até territorialmente (visto que muitos países foram alvo de batalhas e bombardeamentos). Estava até dividida entre o bloco capitalista (a Ocidente) e o bloco comunista, a Leste.

De maneira e fomentar a coesão e a entre-ajuda entre os países europeus, em 1951 aparece a CECA - Comunidade Europeia do Carvão e do Aço - e, 6 anos mais tarde, com o Tratado de Roma, nasce a Comunidade Económica Europeia (CEE).



Este Tratado foi assinado por 6 países: França, Itália, Alemanha e pelos países do Benelux.

Seria, portanto, um tratado económico; as políticas sociais ficaram para mais tarde, tal como a adesão dos restantes países europeus.
Se isso foi um agravamento do pobre desenvolvimento desses países e uma valorização dos 6? Sim, mas os 6 não deixaram de ser os mentores, e sofreram as consequências da guerra possivelmente mais do que qualquer outro país do bloco capitalista europeu, apesar de também serem dos mais desenvolvidos.
Era o poder do centro.


Podemos afirmar que novos membros começaram a aderir à CEE já depois da mesma ser considerada uma potência económica, e isso mostra como os 6 estavam apenas abertos ao seu desenvolvimento, e como os restantes talvez tivessem medo de se abrirem em tal crítica altura. E talvez isso tenha sido tenha sido mau planeamento do Tratado, que deixou de fora a verdadeira Europa, mantendo-a o centro forte e coeso e o resto a "comer as migalhas".

Hoje, já com quase 20 países a mais do que a formação original, talvez consigamos ver como deveria ter sido o Tratado logo de início: uma plena união europeia, tanto económica como política e socialmente. Podemos dizer que, ainda antes de sermos cidadãos do mundo, já afirmava Sócrates (o sábio, não o que temos por cá hoje), somos cidadãos europeus, com algo a dizer e com direitos específicos dentre desta comunidade.


E como eu gosto muito das minhas suposições, talvez se tivesse existido à partida uma União Europeia e não uma Comunidade Económica, hoje seria tudo um pouco diferente, e dai, talvez continuaríamos a ser este país na cauda (literalmente) da Europa, que Salazar não devia querer abrir-se muito ao exterior, mas quem sabe a Grécia não teria de se perguntar como é que vai sair da bancarrota.
Não que a UE seja perfeita... Todos sabemos que no papel é tudo muito mais perfeito, mas é alguma coisa.

O que vale é que se voltássemos atrás faríamos tantas coisas de maneira diferente...

terça-feira, 16 de março de 2010

Filmes e História IV - videos

Não coloquei os videos no post anterior porque necessitava de fazer uns pequenos cortes no video e não tinha o programa apropriado. No entanto, agora que o tenho, foi-me possível fazer os cortes necessários para poder mostrar aquilo que acho mais pertinente.
Para mostrar como é que este filme pode mostrar um pouco a conjuntura internacional e o que se passava na China, deixo três videos (falados em inglês e sem legendas; este filme não está disponível legendado em Portugal, infelizmente):

  • Opera chinesa antes da Revolução




  • O entre-apoio entre potências (a Francesa e Americana)



  • A Revolução cultural e as suas mudanças culturais e políticas (de notar que a mulher com a qual o membro da embaixada francesa fala é uma espia do Governo de Mao - a cantora de opera vista no primeiro video - com a qual mantem uma relação, como pode ser observado)



Podemos assim ver como a Revolução provocou uma mudança nas vivências e nos hábitos, na maneira como a cultura era feita. Para além disso, a própria política foi modificada, principalmente a presença estrangeira que foi condicionada. O apoio que cada potência dava entre si demonstra a divisão do mundo e esse apoio era necessário para manter essa mesma divisão.

Assim se vê como um filme pode mostrar mais do que uma história de amor.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Filmes e História IV - revoluções



De: David Cronenberg

Fiquei tão plenamente apaixonada por este filme que ultimamente tenho falado nele talvez vezes a mais. Mas talvez este não seja o local apropriado para começar agora com estes devaneios.

O importante em M Butterfly, no contexto histórico, nada está relacionado com a história do filme propriamente dito (ja que este filme é uma história de amor, um filme sobre a mais profunda natureza humana). No entanto, se o virmos tendo em vista apenas esse contexto, podemos encontrar várias detalhes interessantes e importantes.

A história de M Butterfly passa-se na China dos anos 60, em plena Revolução Cultural. Exactamente por isso, e por uma das personagens principais ser um artista, conseguimos perceber um pouco daquilo que se passou na época.
Vemos os guardas vermelhos a queimar (quase literalmente) a cultura e a mentalidade
da época. Vemos a preocupação da Governo em saber o que se passa nos países capitalistas, tentar projectar o seu próximo passo. Vemos as ideias e consequências da Revolução, de Mao, e até uma certa perspectiva da população.

Ainda para mais, vemos a cooperação que existe entre países capitalistas e comunistas - ainda com a Guerra do Vietname em fase de projecto, a França já tentava ajudar os EUA e os chineses a ajudar os vietnamitas. Tudo acabou como sabemos.

Se virmos no contexto histórico, é um filme interessante acerca deste período. Não sei se seria o meu melhor conselho para uma eventual aula (a história do filme talvez nos distraísse um pouco do verdadeiro objectivo), mas não deixa de ser um conselho.


Porque este movimento deve ser estudado e analisado, tal como todos os movimentos em que uma só pessoa consegue mudar mentalidades gerais.
Se virmos bem, os jovens são sempre aqueles que aderem a cada um destes movimentos. São os jovens que precisam de algo em que acreditar, num mundo melhor ou numa nova realidade. Ernesto "Che" Guevara chegou a dizer que «Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética», e talvez seja por isso que o meu pai diz que, qualquer dia, largarei as minhas ideias revolucionárias e voltarei a não ter aquela vontade de mudar o mundo.
A Revolução Cultural foi exactamente um momento em que os jovens tomaram uma mentalidade e quiseram pôr em práticas as ideias que para si faziam sentido. Quiseram reeducar os seus concidadãos, mostrar a sua visão; a eles e ao mundo. Foi o regresso aos ideais quase utópicos de Marx e quase postos em prática de Lenine.

E quem fala em Mao Tse-Tung, fala no próprio Che Guevara, hoje considerado tão mítico por tanto jovem. Eu própria confesso ter a minha bandeira com a fotografia do senhor no meu quarto, ali para toda a gente ver.
Estas ideias comunistas, de uma sociedade equalitária e justa, eram os ideais que qualquer nação que tenha vivido tanto tempo sobre o poder de outra ambicionava. Foi por isso que tantas revoluções socialistas tiveram lugar por esse mundo fora depois da Segunda Grande Guerra, ou pelo menos assim aparenta.
Isso e todo o apoio dado pela URSS, que um pouco de apoio de um gigante é sempre bom para combater outro gigante.

Planeta Hollywood?

Com a Guerra Fria, a divisão do Mundo e todo o iminente conflito entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ambas as potências entraram numa corrida desenfreada ao investimento científico. Tudo pelo bem da ciência, e claro, da sua indústria bélica.
Sem ninguém dar por isso (ou dando, e olhando para o lado com medo de ver algo a acontecer), a URSS tinha já chegado a um patamar superior, e logo a seguir vieram os EUA e superaram. A corrida continuou renhida, sempre com um a ir à frente e o outro logo ali, na cauda, a chegar mesmo ao seu lado.
Mas nada acontecia. Tudo tinha medo.

Ficou-se no impasse.

Até que o destino começou a ser outro, o objectivo foi mais ambicioso e jornada mais longa. Quiseram encurtá-la.
O Espaço, aquela coisa lá em cima, de que se sabe tão pouco e que se quer saber tanto mais, estava ali à espera, à espera de alguém que subisse e descobrisse tais maravilhas. Escusado será dizer que alguém o ouviu.
Estava ali tão perto (e tão longe) a oportunidade de alcançar algo que nunca ninguém tinha alcançado, do conquistar o que ninguém tinha ainda conquistado. Os russos aproveitaram a oportunidade, lançaram satélites e começaram grandes investigações. Os americanos aproveitaram, lançaram satélites e começaram grandes investigações. Um depois do outro, como sempre.
Os russos pareciam estar a ganhar esta corrida, pela primeira vez desde o começo deste conflito pacífico: levaram o primeiro satélite, o primeiro ser vivo, o primeiro homem e a primeira mulher a passear pelo Espaço, mas um dia:


Chegaram! Conseguiram chegar! Chegaram à Lua, the ultimate destiny!
Os russos estavam talhados a ficar para trás.


Tanta corrida e puxar de corda, para um lado e para o outro, teve as suas coisas boas, fossem quais fossem os objectivos - mesmo que quisessem apenas conquistar o que ainda havia para conquistar, mostrar uma superioridade política, científica e territorial e qualquer outra, sempre houve aquela vontade de conhecer o desconhecido.
O Espaço era o desconhecido, talvez a resposta para tantas perguntas que estavam a ser lançadas. A mentalidade mudava e já desde o Pós-Primeira Guerra que as questões acerca dos mais variados assuntos eram constantes.

E não apenas o Espaço - toda a investigação científica para conseguir chegar à bomba atómica ou à bomba de hidrogénio (apesar de conseguir viver bem sem a sua existência), aos submarinos nucleares e aos aviões supersónicos, às novas técnicas de informação para chegar às novas noticias mais rapidamente levou-nos até à Internet, aos novos transportes e a tantas outras tecnologias que hoje achamos indispensáveis.

Neil Armstrong estava certo quando chegou à Lua: aquele era um pequeno passado para um homem, mas era definitivamente um gigantesco passo para a Humanidade! Em estúdio ou na planície lunar.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Polos em conformidade


Uma imagem vale mais do que mil palavras.

Sociedades e materiais

Hoje vou ao centro comercial. Apetece-me passear, espairecer, sair de casa. Talvez encontre alguma coisa de que goste.
Lá peguei no carro e meti-me ao caminho. Hoje até levo os óculos de sol, que parece que finalmente decidiu parar de chover por um dia que seja! E então vou, com a música a dar e o sol a dar-me no vidro.
Ao chegar, a multidão habitual: as lojas estão cheias, a gente passa com os seus sacos de marcas (algumas das quais nem consigo pronunciar o nome), com toda a família em atrelado.
Olha, que camisola tãaaaaao gira! Hum, nem está muito cara... Acho que vou entrar.

E hoje resumi-mo-nos a isto: pseudo-passeios em centros comerciais quando faz um belo dia lá fora, enquanto que compramos mais umas quantas coisas que temos a certeza absoluta que não vamos precisar, mas apenas queremos.
A sociedade de consumo apoderou-se de vidas sem sequer nos darmos conta, e agora a nossa vida gira em torno de compras e utensílios superficiais.
Obviamente que contra mim falo - o que não é coisa boa para se dizer: tenho um computador (que, para mim, hoje parece ser indispensável), leitor de mp3 (sim, TOTALMENTE NECESSÁRIO! Ou será mesmo?) e tantas outras coisas que talvez não precisa-se.

De quem será a culpa de tal realidade? Haverá realmente alguma culpa no facto de cada um de nós - generalizando, claro está - comprar desenfreadamente aquilo que não precisa só porque pode (ou não podendo)?
Culpamos a economia, que tem vindo a melhorar consideravelmente desde que esta sociedade apareceu (e, pelo que dizem, o motivo pela qual o consumismo cresceu até chegar como chegou até nós). Talvez no início a culpa até era da economia: tudo crescia, o poder de comprar crescia, por que não comprar se hoje posso? Ainda por cima com tantas facilitações, como o crédito. A publicidade não ajudou; aliás, veio piorar a situação.
No entanto, ninguém se culpou a si mesmo por toda esta mentalidade. E, provavelmente, talvez nem se pode culpar: a partir do momento em que nascemos dentro de uma família, ganhamos os seus hábitos. Consumir é apenas mais um, como jantar tarde ou começar a limpar a casa a partir dos quartos e deixar a casa de banho para último; tão trivial quanto isso.

Hoje não vale a pena discuti-lo. Está entranhado nesta existência esta pseudo-necessidade de sentirmos necessidade de alguma coisa que não existe. Ou existe, apenas nas nossas cabeças.
Ao contrário do que acontecia com Hitler, hoje somos ensinados para ter espírito crítico. Com ele devemos fazer o que acharmos correcto.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

OTAN's e NATO's - II

E depois de alguma reflexão e até discussões à mistura (cá em casa a televisão à refeição é pretexto para umas pequenas discussões, se para aí estivermos virados), talvez a minha visão não seja a mais correcta.
Continuo a defender a tese de que a existência deste tipo de organizações levará mais facilmente a uma guerra mundial, mas talvez perceba um pouco mais da sua existência no contexto actual, tal como no contexto da sua origem.


domingo, 14 de fevereiro de 2010

OTAN's e NATO's

A minha opinião divide-se quando se fala de organizações como a NATO, organizações militares que fazem um país entrar em guerra quando nada tem a ver com o conflito em causa.
Na altura fazia sentido: estávamos protegidos em caso de uma guerra que parecia eminente! Para um país tão pequeno, precisávamos de protecção, principalmente se tinhamos do nosso lado gigantes como os Estados Unidos da América.
Hoje, tendo em conta a conjuntura internacional actual, a História e toda a mentalidade de uma sociedade ocidental e oriental, não sei se tal organização militar seja necessária, ou pelo menos tão benéfica para o Mundo em geral - a ideia de apoio militar mútuo quase obrigatório dentro de quase 30 países.

Pode ser só uma visão desconectada do Mundo, mas não considero nada benéfica uma organização que implica, logo desde o início uma guerra mundial! Sim, mundial, tendo em conta que, se agora alguém declarasse guerra aos EUA, 27 países entrariam em guerra juntamente com os implicados, que com certeza também terão os seus aliados. Não seria sinónimo de uma guerra mundial?!
Benefícios? Talvez tenha os seus benefícios. A grande questão que me ponho agora não é se tem benefícios ou não, mas apenas se hoje faz sentido existir tal organização, que nos poderá levar a um conflito mais alargado.
E não me venham com moralismos: a guerra fria acabou, mas parece que, mais do que nunca, uma guerra parece estar eminente! Ora seja porque querem petróleo, ora porque têm petróleo, ora porque andam cá e lá e não sabem para onde ir, mas sim o que querem: poder político e monetário!

Eu falo por mim, que não tenho qualquer tipo de problema de consciência, mas deve pesar, pelo menos um pouco, saber que temos no Afeganistão soldados portugueses, não só a lutar uma batalha que não lhes diz respeito, como ainda por princípios totalmente falsos - porque continuo sem conseguir acreditar que o verdadeiro interesse dos americanos seja instalar a democria. Mas essa é outra história, que não interessa para esta (pelo menos por agora).

A questão está levantada. E posso estar enganada; acontece imensas vezes. Graças a Deus, ainda não em tiraram o direito de questionar o poder instuído. Como tudo anda, não deve faltar muito, deixei-me aproveitar.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Descolonizações e novas ordens

É tido como usual afirmar que, na época das descolonizações, dois tipos foram tidos como modelo: o pacifismo britânico e a violência francesa. Enquanto que os últimos levaram avante uma descolonização com base na violência e numa guerra entre colonizadores e colonizados, os britânicos enveredaram pela diplomacia, concedendo a "independência" pacificamente.
É unânime de que o modelo britânico foi muito melhor conseguido e eficaz, em comparação com a guerrilhas testemunhadas na mesma altura.
Assim, a Inglaterra, com as suas ambições de sublime controlo económico, ficou com boa imagem internacional e tudo ficou (aparentemente) bem e feliz.
Mas nem tudo são rosas.

No meio do pacifismo todo, obviamente que alguma coisa tinha de não ser totalmente certo. E, realmente, não foi: os Ingleses estavam tão preocupados com o seu mercado, que descartaram por completo a preocupação social que devia estar inerente ao seu papel de ex-colonizadores! Essa despreocupação levou a conflitos entre povos devido a questões não resolvidas.
São conflitos que duram desde a altura, conflitos com meio século de existência! Um conflito na Irlanda, entre Paquistão e índia por questões territoriais e ideológicas, e até entre a Palestina e Israel, datado desde esse mesmo período.

Mas a imagem internacional foi a de Nação com plena noção de que era necessário dar liberdade às colónias, de respeito pelos princípios das Nações Unidas. Claro está que esse respeito foi apenas parcial, mas a isso já todos nós estamos habituados.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Nações Unidas e desunidas

Acabou a Segunda Grande Guerra e tudo parecia muito bonito, com uma nova organização que planeava ser mentora da paz mundial (notar a palavra "planeava"); uma plena união entre povos. Realmente, tudo parecia muito bonito... escrito no papel.
Tudo era igual, todos os povos eram iguais entre si. Até que um dia um dos cabecilhas das tais Nações Unidas entrou num conflito frio, sem antes a organização dividir o mundo em dois blocos económicos e políticos distintos. Iguais somos todos, menos os "comunas". Eles que fiquem lá com o seu cantinho, e nós ficamos com o nosso (dinheiro), que é mesmo o que nós queremos.
Ora, é portanto muito engraçado como é que alguém que apregoa a paz e a igualdade vai efectivamente fomentar o contrário, primeiro com a inferiorização de todo um conjunto de países, depois com uma "guerra pacífica".

Se formos bem a ver, o gigante capitalista - por acaso, local de origem das ideias base da Carta das Nações Unidas - foi o que mais a desrespeitou nesse importante ponto: primeiro com o apoio de uma não-igualdade entre países, depois com a guerra. E depois com uma guerra no Vietname, e com outra no Golfo, e com uma tão bem recente.

Mas atenção, tudo em prol da democracia e harmonia entre países.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Guerras e culturas

Podia vir dissertar acerca da guerra, de como começou, de como decorreu, de como acabou e quais as consequências. Mas isso não é nada de novo; não é nada de novo que Hitler,com as suas pretensas de dominar o mundo, invadiu a Polónia e despoletou a guerra. Enquanto atirava bombas a uns países e invadia outros, decidiu mandar judeus para campos de concentração e matar a torto e a direito aqueles que não considerava dignos de partilhar o seu espaço.
A Segunda Guerra Mundial deve ter sido nos momentos mais tristes e infelizes da História da Humanidade, e podia falar dela. Até podia falar em filmes como Schindler's List ou outro qualquer que fizesse menção a tal período.
Hoje, não o vou fazer. Vou antes mostrar como era vista esta guerra pelos olhos de dois jovens americanos, que partilharam uma visão com o mundo.

Jerry Seagel e Joe Shuster foram dois jovens americanos judeus que partilhavam um gosto pela banda desenhada. Quando se conheceram e deram conta deste seu comum interesse, decidiram fazer a sua própria banda desenhada. Nasceu um mito.

Superman era a o defensor do espírito americano, da verdade e da justiça; defendia os fracos e oprimidos dos males com que se deparavam. Factor importante: nasceu em meados dos anos 30, década do crescimento do nazismo e anti-semitismo.
Não terá sido então por acaso o nascimento de tal herói pela mão de dois judeus. Seagel e Shuster criaram a figura perfeita para defender alguém que precisasse de ser salvo, em tempo de guerra e de opressão; todo o mundo precisava de ser salvo.

Admiradora da obra dos dois americanos, tenho na minha prateleira um livro com todas as tiras de banda-desenhada que foram publicadas nos jornais de domingo entre 1939 e 1943.
A última história lançada, em 1943, está directamente relacionada com a conjuntura internacional: para além de ser « respeitosamente dedicada à maior, melhor treinada e eficiente Força Armada na Guerra (...) - A Força Aerea americana », com o Homem de Aço a salutar a mesma e elevá-la, ainda ajuda um americano a treinar para passar no exame de admissão do Exército, para se alistar e ir para a guerra defender o país e a democracia. E não se fica por aqui: Clark Kent - identidade secreta do primeiro super-herói de BD -, na fila para o exame, diz ao amigo: « Estás em boa companhia, Dave. Jovens de todas as raças, religião e nível social... Um exército verdadeiramente democrático.. Todos animados pelo mesmo desejo determinante... Destruír a ameaça do Eixo! ». Ora, penso que por aqui se vê como toda uma sociedade via o conflito e a participação do seu país como defensor dos bons valores.

No mesmo livro, temos um bonus, lançado originalmente em 1940:
Como acabaria o Super Homem com a Segunda Guerra Mundial?, é esta a questão, que prontamente nos é respondida: o super-herói chegaria a Alemanha, pegaria no Hitler como se tratasse de uma pena, e levaria-o ao seu destino. Mas, antes disso, faria ainda uma paragem:
Uma paragem pela Rússia para pegar também no amigo Estaline, e levar ambos até à Sociedade das Nações para serem julgados. A Sociedade das Nações, que se manteve parada enquanto ambos cresciam.

Notar então quais eram as ameaças: não se trata apenas de Hitler e do seu exército nazi; também Estaline merece ser preso. Aliás, são referidos pelo próprio Super Homem como os «os dois maus loucos por poder responsáveis pela presente doença da Europa», e acabam por ser culpados «pelo maior crime da História - agressão não provocada contra países indefesos».

Basta ver uma pequena banda-desenhada para perceber tanto acerca de uma mentalidade...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Santa Comba Dão a património da Humanidade

Encontrei este video de 2007 e não sei se hei-de ter medo, ou se deva ficar feliz:



Medo porque, para além do facto de que a maior parte da população concordou com as palavras do discurso fervoroso daquele senhor, os comentários ao video demonstram um apoio ainda maior. E é de notar que o YouTube é comentado por população maioritariamente jovem.

Feliz porque sei que hoje todos nós podemos expressar a nossa opinião livremente, seja fascista, seja comunista, seja o que bem entenderem, e até podem votar no Salazar como maior português de sempre. Para além disso, ainda me dão na escola tantos conhecimetos acerca deste mesmo Estado que me posso sentir feliz.

Não sei se foi construído o museu, e a sua existência não me aquece nem me arrefece, mas os animos ainda se exaltam quando se fala no senhor. O seu charme, afinal, tinha mais do que aquilo que se julga...

Propaganda num mundo de símbolos sem sentido

Atentar neste anúncio:


Como se pode ver, é um convite a toda a população de Beja a dirigir-se ao teatro Pax-Julia para assistira a uma sessão de propaganda do Estado Novo. E como também se pode ver, diz uma miríade de coisas acerca do mesmo Estado, com os seus grandes feitos, com o salvamento da Nação bem patente. Até salientam com uma letra maior ou mais escura esta e aquela palavra para acentuar o quão bom o Estado Novo é, que não só restabelece a ordem na rua, como nos espíritos.
Agora, uma coisa gira de reparar é que estes cartazes eram feitos para avisar uma população no seu geral analfabeta que ía existir algo num certo local em Beja. Ora, ou quem sabia ler andava a espalhar de boca em boca a notícia, ou a aderência não devia ser assim tanta.

Talvez fosse também por isso que veio aquela necessidade de uma "política de espírito", mesmo que a existência de uma população analfabeta não fosse totalmente mau, quando não percebe o que está por detrás daqueles belos discursos e daqueles bonitos textos (analfabetismo funcional seria com certeza igualmente uma realidade).
E nisso temos de dar a mão à palmatória: um país moderno tinha de ser um país culto! Mas toda a modernidade tem limites, por isso vamos só dar cultura às pessoas, mostrar que nos preocupamos, que nos podemos dar ao luxo de nos preocupar com tal coisa, mas não vamos cá aderir a essa coisa da indústria; vamos ficando pelos campo, que aqui estamos bem!
E novamente temos de dar o braço a torcer, que o Presidente do Conselho lá acabou por perceber que nem tudo é braco e preto somente. Olha que agora, estar aqui a dizer que o senhor não fez nada pelo desenvolvimento da indústria portuguesa...

E como nem tudo é apenas branco e preto, há umas zonas assim para o acinzentadas, não podemos igualmente dizer que tudo o que Salazar fez foi mau; o que Salazar fez de mal, para além de estar à frente de um Estado totalitário, foi não saber como realmente modernizar o país, como levá-lo para a frente; como investir, em vez de continuar a massacrar a população para manter os cofres cheios.

E digo: mais fazia falta agora, para além de soluções económicas a curto e longo prazo e uma economia etável, uma Exposição do Mundo Português, e digo-o com toda a crença e sinceridade. Talvez não já imediatamente, mas era necessário algo que nos fizesse ter de novo orgulho no país que temos. Num país com o povo desagarrado às raízes, sem qualquer laço que una para além da selecção de futebol e do Governo que não sai da crise e o qual gostamos de criticar, uma Exposição do Mundo Português talvez fosse bem vinda para fazer ver que não há apenas futebol e más políticas.
Isso, enalteceu Salazar. Bem ou mal, isso é já discutível.
O meu nacionalismo não chega a ser tão ferranho, mas gosto de pensar no local onde nasci com um pouco de mais carinho do que aquele que hoje se vê.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Fascismo em Portugal é mito!

Sinceramente, não consigo perceber porque dizem que Portugal não viveu sob um regime fascista durante o Estado Novo; quer dizer, António de Oliveira Salazar era, assumidamente, alguém com ideais de extrema-direita! Mas Portugal há-de ser sempre diferente dos outros, nem que seja no nome que dão à ditadura.

Claro que não podemos dizer que a ditadura portuguesa foi uma cópia fiel daquela vivida em Itália e muito menos Alemanha, mas não pode ser negado o carácter fascista do regime português entre 1933 e 1974.
Vejamos atentamente: a ideologia salazarista passava por um regime opressivo, com a existência de censura e de uma polícia política cujo objectivo seria unica e exclusivamente manter a opinião pública longe de estar contra o Estado. Creio que algo deste género existia também nos restantes regimes fascistas...
E aquela história de educar a juventude, de manter a mulher confinada à lida doméstica, aquele nacionalismo a levar para o extremismo, o campo de concentração?... Há algo de estranhamente familiar...

Ironias à parte, sim, existiam diferenciações; Salazar tinha concepções semelhantes a outros ditadores, mas não deixa de ter as suas próprias particularidades.
É interessante aquela ideia dos carismáticos oradores no meio da multidão, e depois temos um António Salazar, católico fervoroso, homem do campo e que nega o desenvolvimento e a exposição pública. Certamente não o encontraríamos na lista dos homens mais bem vestidos do mundo, nem nas revistas cor de rosa porque namorava com uma outra qualquer figura minimamente conhecida (apesar dos filmes que gostam de mostrar os seus interesses para além de deixar um país na miséria e no puro rudimentarismo - mas, se formos bem a ver, filmes lançados na mesma altura em que a vida pessoal do Primeiro Ministro é mais importate do que as suas decisões. Talvez assim não seja tão de estranhar).

Tudo acaba numa só conclusão: viveu-se uma ditadura durante quase 50 anos, e se isso serviu de exemplo para alguém, ainda não deu seus frutos. A não ser o facto de agora eu poder ser realmente alguém na sociedade, posso dizer o que bem entender (dentro dos limites, não já ser precessada por difamação) e os homessexuais até já podem casar. Pode ser que tenhamos crescido apenas um pouco...