terça-feira, 25 de maio de 2010

África é uma Nação

A consciência pesada não é uma questão meramente portuguesa, nem a responsabilização pela infelicidade alheia. É pena, mas parece que se tornou um dos fenómenos da globalização - ou, pelo menos, está concentrado neste ocidente impávido e sereno.
Depois de um Timor e de uma Macau que marcaram a consciência portuguesa, toda uma África permanece na consciência ocidental.

Por todos os lados existe uma pena colectiva por aquele continente tão pobrezinho e coitadinho que foge das convenções dos continentes desenvolvidos ou em vias de o ser.
"Tadinhos" dos africanos que morrem todos os dias por não terem comida, ou por não terem médicos, ou porque não têm como parar a SIDA, a tuberculose ou outra qualquer doença que parece ser única e exclusivamente africana.
Custa, é verdade que custa, saber que enquanto me dou a tamanhos luxos, outros nem sobreviver conseguem, mas custa ainda mais ficar aqui, parada, quieta e impotente, ou a pensar que o sou.
Mas porque terei de ajudar? Por que é que me encontro num país com um desenvolvimento que não encontro nos países de África (infelizmente quase num todo), com todos os problemas que possa ter?

Dizem que a grande culpa é do Ocidente, que sempre se moveu pelo oportunismo e nunca se preocupou em ajudar o próximo sem receber nada em troca (e ainda se apregoam católicos).
O mais triste é que é verdade: foi realmente o Ocidente, talvez mais e Europa, com a sua vontade de crescer a qualquer custo, que tornou África neste espaço de miséria, guerra e morte. Para mais, foi aquela vontade de controlar tudo e ser superior que nos faz hoje olhar para África e ver um só país com as mesmas características, sem hipótese de um dia sair do estereótipo de coitadinho.
Não é preciso ir muito longe para comprovar como olhamos para aquele espaço do mundo: basta ler este mesmo texto, no qual afirmo que me custa saber daquela realidade.

Os africanos, negros ou muçulmanos, são um só e nós é que os unimos como tal.


Há uns tempos vimos parte deste video (link abaixo) na aula de Inglês. Apesar de ir muito além do puro estereótipo do indivíduo africano, toca lá, de uma maneira muito próxima.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Crónicas à minha História