domingo, 21 de fevereiro de 2010

Polos em conformidade


Uma imagem vale mais do que mil palavras.

Sociedades e materiais

Hoje vou ao centro comercial. Apetece-me passear, espairecer, sair de casa. Talvez encontre alguma coisa de que goste.
Lá peguei no carro e meti-me ao caminho. Hoje até levo os óculos de sol, que parece que finalmente decidiu parar de chover por um dia que seja! E então vou, com a música a dar e o sol a dar-me no vidro.
Ao chegar, a multidão habitual: as lojas estão cheias, a gente passa com os seus sacos de marcas (algumas das quais nem consigo pronunciar o nome), com toda a família em atrelado.
Olha, que camisola tãaaaaao gira! Hum, nem está muito cara... Acho que vou entrar.

E hoje resumi-mo-nos a isto: pseudo-passeios em centros comerciais quando faz um belo dia lá fora, enquanto que compramos mais umas quantas coisas que temos a certeza absoluta que não vamos precisar, mas apenas queremos.
A sociedade de consumo apoderou-se de vidas sem sequer nos darmos conta, e agora a nossa vida gira em torno de compras e utensílios superficiais.
Obviamente que contra mim falo - o que não é coisa boa para se dizer: tenho um computador (que, para mim, hoje parece ser indispensável), leitor de mp3 (sim, TOTALMENTE NECESSÁRIO! Ou será mesmo?) e tantas outras coisas que talvez não precisa-se.

De quem será a culpa de tal realidade? Haverá realmente alguma culpa no facto de cada um de nós - generalizando, claro está - comprar desenfreadamente aquilo que não precisa só porque pode (ou não podendo)?
Culpamos a economia, que tem vindo a melhorar consideravelmente desde que esta sociedade apareceu (e, pelo que dizem, o motivo pela qual o consumismo cresceu até chegar como chegou até nós). Talvez no início a culpa até era da economia: tudo crescia, o poder de comprar crescia, por que não comprar se hoje posso? Ainda por cima com tantas facilitações, como o crédito. A publicidade não ajudou; aliás, veio piorar a situação.
No entanto, ninguém se culpou a si mesmo por toda esta mentalidade. E, provavelmente, talvez nem se pode culpar: a partir do momento em que nascemos dentro de uma família, ganhamos os seus hábitos. Consumir é apenas mais um, como jantar tarde ou começar a limpar a casa a partir dos quartos e deixar a casa de banho para último; tão trivial quanto isso.

Hoje não vale a pena discuti-lo. Está entranhado nesta existência esta pseudo-necessidade de sentirmos necessidade de alguma coisa que não existe. Ou existe, apenas nas nossas cabeças.
Ao contrário do que acontecia com Hitler, hoje somos ensinados para ter espírito crítico. Com ele devemos fazer o que acharmos correcto.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

OTAN's e NATO's - II

E depois de alguma reflexão e até discussões à mistura (cá em casa a televisão à refeição é pretexto para umas pequenas discussões, se para aí estivermos virados), talvez a minha visão não seja a mais correcta.
Continuo a defender a tese de que a existência deste tipo de organizações levará mais facilmente a uma guerra mundial, mas talvez perceba um pouco mais da sua existência no contexto actual, tal como no contexto da sua origem.


domingo, 14 de fevereiro de 2010

OTAN's e NATO's

A minha opinião divide-se quando se fala de organizações como a NATO, organizações militares que fazem um país entrar em guerra quando nada tem a ver com o conflito em causa.
Na altura fazia sentido: estávamos protegidos em caso de uma guerra que parecia eminente! Para um país tão pequeno, precisávamos de protecção, principalmente se tinhamos do nosso lado gigantes como os Estados Unidos da América.
Hoje, tendo em conta a conjuntura internacional actual, a História e toda a mentalidade de uma sociedade ocidental e oriental, não sei se tal organização militar seja necessária, ou pelo menos tão benéfica para o Mundo em geral - a ideia de apoio militar mútuo quase obrigatório dentro de quase 30 países.

Pode ser só uma visão desconectada do Mundo, mas não considero nada benéfica uma organização que implica, logo desde o início uma guerra mundial! Sim, mundial, tendo em conta que, se agora alguém declarasse guerra aos EUA, 27 países entrariam em guerra juntamente com os implicados, que com certeza também terão os seus aliados. Não seria sinónimo de uma guerra mundial?!
Benefícios? Talvez tenha os seus benefícios. A grande questão que me ponho agora não é se tem benefícios ou não, mas apenas se hoje faz sentido existir tal organização, que nos poderá levar a um conflito mais alargado.
E não me venham com moralismos: a guerra fria acabou, mas parece que, mais do que nunca, uma guerra parece estar eminente! Ora seja porque querem petróleo, ora porque têm petróleo, ora porque andam cá e lá e não sabem para onde ir, mas sim o que querem: poder político e monetário!

Eu falo por mim, que não tenho qualquer tipo de problema de consciência, mas deve pesar, pelo menos um pouco, saber que temos no Afeganistão soldados portugueses, não só a lutar uma batalha que não lhes diz respeito, como ainda por princípios totalmente falsos - porque continuo sem conseguir acreditar que o verdadeiro interesse dos americanos seja instalar a democria. Mas essa é outra história, que não interessa para esta (pelo menos por agora).

A questão está levantada. E posso estar enganada; acontece imensas vezes. Graças a Deus, ainda não em tiraram o direito de questionar o poder instuído. Como tudo anda, não deve faltar muito, deixei-me aproveitar.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Descolonizações e novas ordens

É tido como usual afirmar que, na época das descolonizações, dois tipos foram tidos como modelo: o pacifismo britânico e a violência francesa. Enquanto que os últimos levaram avante uma descolonização com base na violência e numa guerra entre colonizadores e colonizados, os britânicos enveredaram pela diplomacia, concedendo a "independência" pacificamente.
É unânime de que o modelo britânico foi muito melhor conseguido e eficaz, em comparação com a guerrilhas testemunhadas na mesma altura.
Assim, a Inglaterra, com as suas ambições de sublime controlo económico, ficou com boa imagem internacional e tudo ficou (aparentemente) bem e feliz.
Mas nem tudo são rosas.

No meio do pacifismo todo, obviamente que alguma coisa tinha de não ser totalmente certo. E, realmente, não foi: os Ingleses estavam tão preocupados com o seu mercado, que descartaram por completo a preocupação social que devia estar inerente ao seu papel de ex-colonizadores! Essa despreocupação levou a conflitos entre povos devido a questões não resolvidas.
São conflitos que duram desde a altura, conflitos com meio século de existência! Um conflito na Irlanda, entre Paquistão e índia por questões territoriais e ideológicas, e até entre a Palestina e Israel, datado desde esse mesmo período.

Mas a imagem internacional foi a de Nação com plena noção de que era necessário dar liberdade às colónias, de respeito pelos princípios das Nações Unidas. Claro está que esse respeito foi apenas parcial, mas a isso já todos nós estamos habituados.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Nações Unidas e desunidas

Acabou a Segunda Grande Guerra e tudo parecia muito bonito, com uma nova organização que planeava ser mentora da paz mundial (notar a palavra "planeava"); uma plena união entre povos. Realmente, tudo parecia muito bonito... escrito no papel.
Tudo era igual, todos os povos eram iguais entre si. Até que um dia um dos cabecilhas das tais Nações Unidas entrou num conflito frio, sem antes a organização dividir o mundo em dois blocos económicos e políticos distintos. Iguais somos todos, menos os "comunas". Eles que fiquem lá com o seu cantinho, e nós ficamos com o nosso (dinheiro), que é mesmo o que nós queremos.
Ora, é portanto muito engraçado como é que alguém que apregoa a paz e a igualdade vai efectivamente fomentar o contrário, primeiro com a inferiorização de todo um conjunto de países, depois com uma "guerra pacífica".

Se formos bem a ver, o gigante capitalista - por acaso, local de origem das ideias base da Carta das Nações Unidas - foi o que mais a desrespeitou nesse importante ponto: primeiro com o apoio de uma não-igualdade entre países, depois com a guerra. E depois com uma guerra no Vietname, e com outra no Golfo, e com uma tão bem recente.

Mas atenção, tudo em prol da democracia e harmonia entre países.