quinta-feira, 13 de maio de 2010

Princípios e fins



A União Europeia...

No passado dia 12 de Maio, consegui infiltrar-me na palestra que estava a ter lugar no Bloco C nas comemorações do Dia da Europa, com a presença da deputada Manuela Ferreira Leite e outro senhor do PSD, cujo nome não me estou agora a recordar.
Na verdade, só pude assistir a poucos minutos do discurso na senhora, mas o que disse causou uma impressão: seria inimaginável não nos levantarmos ao ouvir a Portuguesa e, no entanto, mantive-mo-nos impávidos e serenos ao ouvir o hino da União Europeia (tocado por uns colegas momentos antes). Somos ou não somos cidadãos europeus?

Se me permitem, penso que somos cidadãos europeus quando nos convém. Por exemplo, ir votar para o Parlamento Europeu deve ser uma grande seca, mas este ano, que vou andar de mochila às costas por esta bela Europa, calhava-me mesmo bem usufruir daquela medida que querem agora implementar - pagar 30% da viagem aos jovens e idosos que pretendem viajar pela UE fora.
A sério, até duvido que o dinheiro enviado pelo Banco Europeu seja realmente aplicado em política.

Penso que já por aqui disse que a ideia base desta União é deveras bonita: bora juntar-mo-nos todos e ajudar-mo-os uns aos outros e sermos como um só? Tem o seu quê de bonito e idílico, uma utopia capitalista que, como todas as utopias, não foi bem conseguida... até certo ponto.

Vá lá, vamos ser sinceros... Sabe ou não sabe bem saber que não precisamos de estar constantemente a trocar de moeda se quisermos viajar? Este Verão, o Euro vai dar-me mesmo jeito! E não ter que ir renovar o meu passaporte? Óptimos, menos 60 euros que gasto!
Os preços subiram? Sim, mas ao menos a nossa economia não está tão má hoje como podia ter estado antes da chegada da moeda única. Esperem... Má escolha de palavras.
O que quis dizer é que o euro foi, de certo modo, benéfico para Portugal, por muitas anúncios que venham dizer que já não é preciso ter saudades do escudo porque há um sítio que é tão barato como no tempo dos contos! A economia portuguesa teria entrado em colapso muito antes desta crise...

Claro que a UE não devia ser unicamente uma união económica mas também social, mas que poderemos nós fazer? Desde sempre que faz parte da natureza humana conseguir apanhar o mais possível; o homo sapiens era por aquele que caçava mais, depois era o que tinha mais gado, depois aquele com mais terras e finalmente o que tivesse mais dinheiro!

Será que chegará o fim? Honestamente falando, gostava que não. Tenho esperança que chegue alguém ao poder do nosso pequeno país e consiga fazer de todas as facilitações europeias algo que nos faça verdadeiramente crescer, aproveitando o que os que até agora cá estiveram não souberam aproveitar.
A Grécia pode ter sido o início do fim, mas Deus!... Com certeza que terá sido má gestão dos recursos, como muito possivelmente acontece cá! Confesso que não estou dentro dos pormenores que despoletaram estar crise; para mim, a Grécia nunca passou de um país com paisagens lindíssimas e com uma cultura fascinante que levam aficcionados como eu a rejubilar estando perto de, como disse o meu pai antes de quase levar com uma na cabeça, um monte de pedras quase destruídas.
E o grande problema é que parece que estamos perante uma situação idêntica por terras lusas e ninguém o quer admitir. O que até compreendo; se já temos pouco investimento estrangeiro, se declararem falência menos teremos.

É para estas alturas que dá jeito pertencer a tal união; temos realmente quem esteja disposto a ajudar-nos. Estão tão dispostos que, mesmo com uma dívida externa de 420 mil milhões de euros, estão disposto a ajudar com 750 milhões de euros! Uau, quem me dera ter amigos assim!

Se o fim da União Europeia estiver realmente perto, tenho pena. Os benefícios nas viagens são mesmo bons...


E para apelar ao espírito europeu de cada um, aqui deixo o Hino À Alegria:

Sem comentários:

Enviar um comentário

Crónicas à minha História