sábado, 15 de maio de 2010

O monstro asiático

Fiz uma pequena pesquisa dos aparelhos electrónicos cá de casa e os quais utilizo. Assim, tentava eu averiguar se havia algum tipo de padrão simbólico.
Vejamos os meus resultados:
Televisão Samsung. Local de origem: Coreia do Sul.

iPod Nano. O ex libris americano, com design americano e fabrico... chinês.

Computador Fujitsu. Local de origem: Japão

Estes são os que mais utilizo. Juntamente com estes, também a bateria do meu telemóvel foi fabricada na China, o computador do meu irmão é igualmente de marca japonesa, tal como o ar condicionado que decidiram comprar. Resumindo: a maior parte dos aparelhos electrónicos que tenho em casa são fabricados (se não mesmo de marca) na Ásia Oriental.
Está assim demonstrada uma tendência que se tem vindo a comprovar: de que o continente asiático é hoje uma grande potência tecnológica.
Mais do que meramente tecnológica, mas também económica, começando a fazer frente aos americanos.

Pensem um pouco... Qual é hoje o destino turístico mais cobiçado, o mais caro e objectivo de todos aqueles que querem umas férias paradisíacas? O Dubai! Esta pequena cidade é já umas das maravilhas do mundo tecnológico.

Tudo começou no Japão, que, com o apoio dos EUA (claro está) se tornou numa potência capitalista e desenvolveu a sua indústria e economia. O sucesso foi tal que vieram logo outros tantos países que almejavam um sucesso como o japonês, e nunca mais pararam. À custa dos sacrifícios de um povo habituado a trabalhar muito e a receber pouco, a tecnologia de ponta passou a ser fabricada neste continente segundo um mote comum: o melhor produtos ao menor preço. Na verdade, os seus produtos são realmente os melhores e a mão-de-obra é de tal modo barata (mesmo que tornassem a população qualificada através da educação, os salários continuavam mínimos) que passaram a inundar o mercado mundial.
Hoje, as etiquetas de todo o tipo de produtos têm algo escrito, do género "Made in Singapore", "Main in China", "Made in (inserir país asiático aqui)".
Até este brinquedo (ao lado), de um conhecido filme da Disney, descobriu, com tristeza (pois pensava que era um ranger do espaço a sério!) que tinha escrito no seu braço "Made in Taiwan".


E se na China tudo começou um pouco mais tarde, talvez tenha sido o caso de maior sucesso.
Com uma abertura gradual ao capitalismo, consegue hoje ser uma das maiores potências a nível comercial no mundo!

Os produtos chineses estão por todo o lado!
Eu tenho na minha zona cerca de 3 lojas de produtos chineses (este é o meu eufemismo para a muito mais conhecida expressão "Loja dos chineses") num raio de 10 metros de distância cada uma!

A China peca apenas por uma coisa: não dá condições de vida à sua população. Por muito que gabem o desenvolvimento testemunhado, quando mantêm uma população que não tem sequer satisfeitas as necessidades básicas de sobrevivência, de que serve o desenvolvimento? É um pouco como dizer que Portugal era um país rico na época de Salazar porque tinha os cofres cheios.
O investimento chinês é louvável, todas as medidas realizadas para este desenvolvimento são notáveis, mas quando temos empresas e empresas a mudarem-se para a China para produzirem os mesmos produtos a um menor preço e vendendo, se for preciso, a um custo mais elevado do que aquele que praticavam anteriormente para obter lucro, apenas porque a mão-de-obra é altamente produtiva e barata, há qualquer coisa que está mal! Bolas, trabalhar 11 horas por dia por uns meros 0,60 euros por hora...


É por estas e por outras que tenho a casa repleta de produtos asiáticos. E só vi os tecnológicos! Se for a ver a roupa, talvez me assuste um pouco mais...

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