segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Portugal. Apenas isso

(Em véspera de teste, este post vai servir para verificar se realmente sei a matéria para o teste de amanhã em relação ao Portugal do pós-guerra. No entanto, como se espera, não será o único tópico focado)

Portugal, 1926. A crise económica, já de si grave, agravou-se com a entrada de Portugal na guerra, e com toda uma conjuntura internacional: a produção era baixa, tanto industrial como agrícola, não chegando para toda a população, e as importações também não eram suficientes, pois os restantes países europeus ainda recuperavam da guerra igualmente. Como resultado, a inflação subiu, a moeda desvalorizou (quando começou a circular uma quantidade desproporcional à pouca produção registada) e o custo de vida aumentou. Surgiu desemprego, graves dificuldades económicas para aqueles com rendimentos fixos (já que os salários também não aumentaram) e menos possibilidades económicas, greves, manifestações, desordem social.
O governo, por seu lado, começa a ficar saturado, sem conseguir melhorar a situação. Era, ainda para mais, um governo corrupto, com aspirações pessoais acima das preocupações nacionais, e sem controlo na população. A oposição é forte.

- Golpe de Estado de 28 de Maio de 1926

Portugal, 2009. Não houve qualquer guerra, mas a crise económica, tal peste, espalhou-se pelo globo. O cinto, já de si apertado, teve de levar mais um furinho para conseguir ser abetoado. O problema hoje é outro, mas, cronologicamente, não se mantem muito longe do acima descrito: os produtos não são consumidos porque não há poder de compra, levando a uma acumulação de stocks, consequentemente a falências, consequentemente ao desemprego, que por sua vez acentua ainda mais a deflação - os preços hoje descem, não sobem. O custo de vida, no entanto, mantem-se em baixo - não há como consumir os produtos. Resultado: greves, manifestações, desordem social.
E o governo? O governo, esse, não se pode dizer que seja o mesmo, mas não foge muito à realidade dos anos 20: por muito que tente investir e aplicar as mais variadas medidas, a crise continua, o desemprego continua, o custo de vida continua a não permitir o consumo e a produção (que, mesmo com melhorias, continua defecitária); continua um governo com membros corruptos, que deixam a Nação atrás da ascenção ao poder. O despique entre oposição e partido no poder é uma constante.


Ora, em 1926, houve um golpe de estado que levou a uma ditadura militar, que foi seguida pelo Estado Novo, que deixou a população de tal forma descontente que levou ao 25 de Abril.
A única conclusão a que podemos chegar é que vivemos num constante circulo vicioso (e desculpam os mais liberais e idealistas por dizê-lo): há de chegar uma altura em que, tal como a Dra. (é doutora, não é?) Manuela Ferreira Leite disse um dia, vamos «suspender a democracia» por uns tempos. Tudo porque, apesar de termos eleito o mesmo governo por mais 4 anos, esse mesmo governo vai ficar saturado, e vamos precisar de uma mão mais firme para levar este país à beira mar plantado para a frente. Se não for este, será outro, mesmo que a democracia ainda dure uns belos governos.
Mas é só por uns tempos. Descansem, que o desejo de poder facilmente vai levar a melhor, e vai levar a melhor de tal maneira que teremos um 25 de Abril II. O circulo continua.

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