sábado, 14 de novembro de 2009

Fascismos e fascínios

Confesso-me particularmente interessada na matéria que agora estamos a dar. A verdade é que desde que li O Diário de Anne Frank, já lá vão uns anitos, que tenho um certo… digamos… interesse especial em tudo o que está relacionado com a Segunda Guerra Mundial.
E aqui nasce um pequeno paradoxo: apesar do Fascismo e Nazismo irem contra todos os meus valores e ideais, não posso deixar de encontrar uma grande inteligência naqueles que, com meras palavras, levaram Nações inteiras a acreditar em si, basta pensar em toda a propaganda! Chega até a ser irónico como os partidos fascistas, totalitários e negando qualquer tipo de liberdade de expressão e de escolha, foram eleitos exactamente porque puderam expor as suas ideias e as pessoas puderam escolher em quem votar – votar!

A figura de Adolf Hitler é aquela que mais me impressiona, e pela qual tenho um fascínio especial. Apenas porque não sei como é possível existir alguém que contenha em si, não só tantos antagonismos, como também uma mentalidade tão negra que o levou a todas as acções de que hoje falamos, para não falar daquela tal inteligência que referi no início.
É que era completamente antagónico: apesar de não ser alemão de nascimento, acreditava que o povo alemão era superior, tal como a raça Ariana (à qual não pertencia); tinha fotofobia, e no entanto passava a sua vida a tirar fotografias; era protector da fauna e da flora (cuja morte achava absolutamente desnecessária), mas consentiu com a morte de milhões de pessoas… Pergunto-me sinceramente se não seria preferível ter aceite a sua candidatura na Escola de Belas Artes, mesmo tendo apenas habilidade para desenhar edifícios e paisagens (muito bem desenhadas, devo acrescentar – mais uma vez, antagonismo: é preciso uma certa sensibilidade para o fazer).

E entretanto dispersei-me da minha linha condutora. Retomando…

Não imagino a minha vivência num regime fascista, e começo a ter calafrios de cada vez que penso nisso. Para além de todas as restrições feitas, basta uma para não me tentar posicionar neste tempo: não poder expressar-me. Ai de mim de não pudesse dizer o que aqui digo apenas porque era contra o regime (na certa, estava já, ou encarcerada, ou morta e enterrada)! E ainda por cima pensarem que eu não sirvo para nada mais do que ficar em casa a cozinhar, limpar a casa, obedecer ao marido e ter filhos até não poder mais! Como posso eu imaginar-me num regime fascista, com estas condições?! É, realmente, um pouco difícil.

Entretanto, encontrei uma imagem bastante assustadora:


Na legenda, dizia «Mussolini is watching you».
Esta imagem é terrivelmente assustadora! A ideia de ter todos os passos monotirizados faz quase pensar em como o livre-arbítrio era inexistente nestes regimes.
Não apenas a liberdade, mas todo o livre-arbítrio!

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Crónicas à minha História