domingo, 13 de dezembro de 2009

Filmes e História - III


De: Mark Herman
Argumento: Mark Herman

Esta é a história de dois rapazes de 8 anos que se tornam amigos durante a II Guerra Mundial, com um único problema: um é judeu, Shmuel (Jack Scanlon), e está num campo de concentração no Norte da Alemanha; o outro é Bruno (Asa Butterfield), filho do militar alemão responsável pelo campo onde Shmuel é prisioneiro (David Thewlis). A sua amizade está barrada pelas grades que circundam o campo de concentração, e por toda a mentalidade de um povo.

Numa primeira abordagem, este filme retrata perfeitamente, a meu ver, a realidade vivida durante a segunda Grande Guerra; desde a diferença entre as duas crianças - a inocência de uma e o crescimento permaturo de outra - ao alheamento da população alemã da realidade dos campos de concentração (muito verificada no papel de Vera Farmiga, como mãe de Bruno, que ao descobrir o que realmente acontecia no campo dirigido pelo marido se revolta contra o mesmo e toda a instituição), à violência testemunhada nesta época e toda a concepção Nazi sobre a guerra e os judeus.
Através de uma história tão simples como o começo de uma amizade, travamos conhecimento com aquela diferença tão grande que existia entre uns e outros, aquela diferença que hoje questionamos com todo o fervor e na altura era totalmente natural, apesar daqueles que pudessem mostrar uma outra visão dos acontecimentos.
E, um factor importante, mostra a importância de Hitler e como era soberano, numa única cena: num funeral em que um filho coloca flores mandadas pelo Füher, sabendo que a mãe o desaprovaria por completo.


Assim se vê como a amizade entre duas crianças ultrapassa qualquer barreira! Assim se vê como o egoísmo de uns leva à infelicidade de outros! Assim se vê como, apenas porque se pensavam superiores, uns tinham mais direito do que outros!
Sem querer contar o final desta maravilhosa história, por aqui se vê como a realidade que julgamos certa apenas é questionada nas piores circunstâncias.


E deixo aqui um apelo: apesar de tudo o que eu aqui afirmo, e por toda a vertente técnica que, em conjunto, me fazem considerar The Boy In The Stripped Pajamas um dos melhores filmes de 2008, peço ao professor para não ter a (in)feliz ideia de mostrar este filme na aula, por um simples motivo: as minhas glândulas lacrimais não iriam aguentar.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Crónicas à minha História