domingo, 4 de outubro de 2009

Reescrevendo os livros

A História está repleta de utopias, ou, pelo menos, de belas ideias talvez demasiado vanguardistas ou revolucionárias para a mentalidade humana, que acabaram por não dar em nada.
E não precisamos de ir muito longe para o comprovar; assim de repente, vêm-me à memória pelo menos duas ocasiões em que o mundo podia ter sido um lugar melhor se tudo tivesse corrido como previsto, sem aquele maldito egoísmo a intrometer-se no caminho.

Será que se a Sociedade das Nações não tivesse sido um fracasso, e alguns países mais conscientes, a II Guerra Mundial ainda teria lugar nos livros de História? Será que teriam morrido aquelas 55 milhões de pessoas (se não me falha a memória)?
E se Lenine tivesse conseguido, através do comunismo de guerra, criar efectivamente uma sociedade sem classes, livre do capitalismo económico? Viveríamos ainda num mundo em que co-habitam no mesmo país - mesma cidade, até - casos de pobreza extrema e de riqueza descomunal?

Tanto o Presidente Wilson como Lenine tinham ideias que, bem aplicadas, teriam transformado o modo como toda a História decorreu. Não que tudo aquilo em que acreditavam e faziam fosse o mais correcto, mas era, sem dúvida, talvez um pouco melhor do que o que lhes sucedeu.

A Sociedade das Nações e os princípios de Wilson, apesar de terem falhado uma vez, tiveram uma segunda oportunidade (apesar das tristes circunstâncias) - a Organização das Nações Unidas ainda hoje funciona e actua, como devia ter acontecido no início.
Quanto a Lenine, nunca saberemos se teria conseguido criar a sociedade que idealizara, e, para si, nunca houve uma segunda oportunidade. Porque, apesar dos ideais marxistas-leninistas terem sido espalhados pelo mundo, nunca foram totalmente implementados, porque, como o egoísmo, também a ambição faz parte do ser humano.
No entanto, eu teria vivido muito bem sem a existência de mortes em massa (seja qual for a nacionalidade do assassino) e sem uma miríade de casos que todos os dias se ouvem.

Mas eu serei sempre uma utópica eterna. E quem me diz que tudo teria sido diferente?

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Crónicas à minha História